JKD Unlimited/MMA for Street Self Defense Em Portugues

December 10, 2016

Ao frequentarmos um seminário de um qualquer sistema, é perfeitamente normal que alguém nos explique uma técnica, e que a mera explicação seja muito coerente, intocável na sua lógica, e a assumamos como correcta. A aplicação de força, velocidade, resistência e, numa palavra, o teste mais ou menos real dessa técnica pode levar-nos a perceber que afinal, a lógica pode induzir-nos em erro. Quando alguém diz que a linha mais próxima e simples entre dois pontos é em linha recta, e que próximo significa rápido, e simples significa fácil, e conclui que a eficácia é a rapidez e facilidade de aplicação, esse raciocínio é perfeitamente lógico, mas as circunstâncias na aplicação deste ao caos da realidade podem não estar suficientemente estudadas. A verdade é que raramente estão…Ao treinarmos JKD Unlimited / MMA For The StreetTM, deparamo-nos frequentemente com duas constatações interessantes: A maioria das opções técnicas revelam-se tão mais aplicáveis quanto é aumentada a resistência e intensidade dos intervenientes na sua execução. O praticante é incentivado a experimentar e chegar a conclusões próprias, em alternativa a seguir as conclusões de outros. JKD Unlimited / MMA For The StreetTM é um sustentado e difícil (apesar de divertido) percurso de descobrir o guerreiro dentro de cada um de nós, e usá-lo como potenciador da nossa segurança e qualidade de vida. Em Portugal, o Performance Group de JKD Unlimited / MMA For The StreetTM foi fundado em Março de 2006, e desde então ajuda todas as pessoas que o compôem a treinar para, perante um ataque, potenciarem as hipoteses de chegarem a casa inteiros. Graças a Burton Richardson e aos seus métodos, isso é possivel desde o primeiro dia de treino.Melhores hoje do que ontem, a combater e a viver. JEET KUNE DO CONCEPTS OU JUN FAN JEET KUNE DO? Existem duas linhas principais de treino baseadas no que Bruce Lee transmitiu. De uma forma talvez exageradamente simplista, podemos dizer que uns focam-se mais na componente técnica, e os outros focam-se mais na componente conceptual. Isto quer dizer que o que habitualmente se chama Jun Fan JKD versa estritamente sobre a componente técnica curricular daquilo a que Bruce Lee ainda chamava de Jun Fan Gung Fu, e conforme a época em que treinou os vários alunos que mais tarde se tornaram difusores, assim é cada curriculum e pensamento do combate. Inalterável, ou pouco. O Jun Fan Gung Fu dos tempos de Seattle, por exemplo, é manifestamente diferente do Jun Fan Gung Fu dos últimos anos de vida de Bruce Lee. Algumas figuras centrais desta abordagem são Taky Kimura, Jerry Poteet e Ted Wong, por exemplo. O que muitos referem como “JKD Concepts”, que será mais uma linha de pensamento, uma filosofia, e uma observação cientifica do fenómeno do combate urbano, com “revisões” constantes para adaptação ao quotidiano, e com uma liberdade técnica maior, por se pretender mais individual e menos “estereotipado” ou dirigido às massas como doutrina, é uma linha seguida por muitos e que levou à criação e difusão de inúmeros sistemas integrados mas dinâmicos, e ao abandono de muitos outros, eventualmente mais “estáticos”. Os nomes mais “sonantes” deste tipo de abordagem são Dan Inosanto, o falecido Larry Hartsell, Paul Vunak e Burton Richardson. Na Europa, recordo-me de dois nomes: Salvatore Oliva (na linha de Paul Vunak, e do seu PFS) e Augusto Baracco (na linha do JKD Unlimited de Burton Richardson). Existirão mais, com certeza. JEET KUNE DO CONCEPTS Apesar de muitos acreditarem que o conceito principal do JKD é uma certa “anarquia”, que passaria pela ideia de ser somente algo conceptual, no sentido de aplicável a qualquer técnica, sistema ou arte desde que fosse treinada dentro dos princípios fundamentais do pensamento de Bruce Lee, a verdade é que é precisamente por causa desses princípios e de uma tentativa de os seguir que o treino de diversas artes, sistemas ou técnicas se torna impossível e incompatível. Diria mesmo, inadequado. A eficácia, resumindo, é o mais importante. Aquilo que nunca poderá ser um objectivo secundário, nem por um momento. É o ponto fulcral de toda a análise do fenómeno do combate que surge no “Tao of Jeet Kune Do” de Bruce Lee, onde se fala dos 5 princípios de ataque, das distâncias, do ritmo, da movimentação, postura, etc. Os métodos, técnicas e preferências para chegar a esse objectivo têm, como tudo na vida, mesmo o que não se afirma assim, grande influência dos percursos individuais de quem procura essa eficácia. Em JKD Unlimited / MMA For The StreetTM, essa individualização não só é consentida, como encorajada. BURTON RICHARDSON No caso do JKD Unlimited / MMA For The StreetTM, falamos de Burton Richardson e do seu percurso individual. Burton foi um dos dois primeiros “Full instructors” de Jun Fan Gung Fu, JKD Concepts e Filipino Kali a ser formado por Dan Inosanto, com quem treinou durante 18 anos. Posteriormente, foi igualmente formado por Larry Hartsell. É Instrutor de Thai Boxing formado por Chai Sirisute, Guru de Pentjak Silat formado por Pendekar Paul de Thouars, instrutor de Kali Ilustrisimo após anos de treino com o próprio Antonio Ilustrisimo, e com Tony Diego e Christopher Ricketts, contando diversas viagens às Filipinas, desde os anos 80. Recentemente, foi graduado em cinto negro de Brazilian Jiu Jitsu pelo ex-campeão do mundo Egan Inoue, e treinou extensivamente neste sistema com os irmãos Machado, Carlson Gracie, Baret Yoshida, Charuto Verissimo e Marcelo Garcia. Um dos seus parceiros de treino habituais é Randy Couture, actual campeão do mundo UFC, e um dos últimos seminários que organizou no Hawaii (onde reside) foi com Dan Anderson, outra figura de destaque no universo do MMA como desporto. Burton treinou com os guerreiros Zulu no seu sistema de luta com bastões, pertenceu ao grupo fundador dos Dog Brothers, e publicou colunas suas na Inside Kung Fu Magazine durante 11 anos, e em outros orgãos de informação do universo marcial, entre eles a própria Budo International (conhecida entre nós por Cinturão Negro). Conta ainda com três livros publicados. PORQUÊ MMA FOR THE STREET? Burton Richardson, como muitos outros no mundo, viu o fenómeno de eficácia em ringue de sistemas como o Brazilian jiu Jitsu evoluirem. E entendeu a importância dos métodos de treino, e da forma como esses métodos de treino, científicos e modernos, preparavam lutadores para enfrentar outros lutadores com semelhante índice de preparação. Mas… O ringue não é a rua. Na rua, ninguém pode preparar-se física, psicológica e tacticamente para um combate durante meses, estudar o adversário, definir estratégias com treinadores, contar com limites de tempo, de espaço, de técnicas, de alvo, de danos, de peso. Na rua, não há ninguém que proíba ou regulamente o uso de armas, improvisadas ou não, o número de pessoas que nos atacam, se o ataque é de surpresa ou nos dá tempo de preparação, etc. Daí que o MMA, sendo um termo que designa de uma forma geral uma metodologia de treino desportiva com claras qualidades e comprovados efeitos, e que vai de encontro a uma abordagem eclética do ser humano como combatente, é curto para designar algo que, abordando uma perspectiva mais de situação real, de defesa pessoal, se preocupa e treina para tudo o que foi referido atrás: Armas, vários adversários, ataques de surpresa e ataques mais “rituais”, diversas compleições físicas, diversas motivações, diversos pavimentos, obstáculos, de duração, intensidade, e regras… ilimitadas. DEFESA PESSOAL Os “mandamentos” de defesa pessoal e combate que falam em impossibilidades, ou em estatísticas, ou em formatos simples, sem esforço, universais, anti-tudo, fáceis de aprender, ainda mais fáceis de aplicar, procuram estereotipar algo impossível de estereotipar: A situação de confronto físico real. Uns dizem que quase todas as situações reais acabam com o primeiro golpe, outros dizem que quase todas vão “parar ao chão”, outros dizem que, contra dois adversários o sozinho está definitivamente derrotado, outros dizem que contra uma faca não há nada a fazer, outros dizem que contra um bastão não há nada a fazer, outros defendem que o ringue é o mais perto de situação de rua possível, ainda outros defendem que o que fazem é perigoso demais para o ringue. Uns defendem que o seu sistema é o melhor sistema de defesa pessoal do mundo e… todos os outros também. Pensamentos destes só nos poderão tornar limitados. Quando tudo, no ser humano, aponta para sermos ilimitados. Na imaginação, no conhecimento, na criatividade, na aprendizagem, na busca, na vida…A convicção, dizia Nietzsche, é mais inimiga da verdade do que a mentira. Quando Bruce Lee disse “”Waving no way as the way. Having no limitation as limitation.”, e Burton Richardson diz “Knowledge is not power. The ability to apply your knowledge, especially under pressure, is true power” não era seguramente intenção de nenhum dos dois que essas frases fossem ou sejam vistas como um ponto de chegada. Antes, como um ponto de partida, um caminho, e um ponto de chegada, simultaneamente. ALGUNS PRINCÍPIOS DO JKD UNLIMITED / MMA FOR THE STREET Resistência progressiva Não existem técnicas avançadas e técnicas básicas. Todas são, simultaneamente, ambas as coisas.O que distingue o praticante iniciado do praticante avançado, é a intensidade do treino, e o grau de aplicabilidade dos conhecimentos. Método cientifico As escolhas tácticas e técnicas bem como o formato de treino são definidos tendo como base a verificação cientifica pela experiência, sempre sob pressão. Distâncias Três distâncias de confronto físico básicas, com e sem armas, que vulgarmente são designadas de kickboxing, clinch e luta de chão. Destas três distâncias surgem diversas sub-distâncias, também elas abordadas e treinadas. Transições As transições entre as distâncias referidas atrás e uma importante “quarta distância”, a fuga, levam-nos a nove combinações possíveis e, consequentemente, ao seu treino. Técnicas Só interessam enquanto formas de, com o menor esforço e o melhor resultado possivel, nos ajudarem a alcançar os objectivos de sobrevivência e melhoramento pessoal inerentes à prática. Tácticas e estratégias Novamente, o treino de diversos cenários, contra vários tipos de adversários, e perante variados obstáculos, permite criar linhas condutoras pessoais e colectivas no que concerne à estratégia e táctica a adoptar, numa situação de confronto real, e também no treino em geral. Armas Treinamos para defrontar, desarmados, uma ou mais pessoas armadas, mas também treinamos situações em que somos nós que estamos armados, ou todos os intervenientes estão armados. Meio envolvente Treinamos para eficácia em situação de sobrevivência na rua. Logo, treinamos procurando conhecer e adaptarmo-nos às vantagens e desvantagens das paredes e muros, da roupa, dos diversos tipos de pavimento, etc. AUTOR: Luis Barneto Performance Group Leader de JKD Unlimited / MMA For The StreetTM


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